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O pilar educação nas instituições de saúde

Por Angélica de L. Izaguirres
Enfermeira analista de educação corporativa do Hospital Divina da rede de Saúde Divina Providência. Especialista em gestão em saúde. Mestre em Enfermagem pela UFCSPA.


Inovações tecnológicas e desafios assistenciais estão cada vez mais presentes nos serviços de saúde, exigindo dos profissionais capacitação e atualização constantes. Nesse sentido, a educação em serviço tem se mostrado fundamental para viabilizar mudanças que resultem em melhorias e para que os profissionais se sintam preparados para rever e qualificar suas práticas. A formação profissional de base não supre suficientemente as necessidades de desenvolvimento para determinadas áreas de atuação, requerendo aprimoramento de conhecimentos, habilidades e atitudes para execução do trabalho com qualidade e segurança.


O pilar da educação na área da saúde tem sido fortalecido desde a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), instituída no Brasil pelo Ministério da Saúde em 2004, em que a educação se configura como a chave para o desenvolvimento profissional. A PNEPS defende a educação ativa e inclusiva, favorecendo um aprendizado significativo que faça sentido na prática profissional e estimule o pensamento reflexivo. Realizada de forma contínua e valorizando experiências e conhecimentos prévios, a educação contribui para que os profissionais se sintam seguros com suas práticas, possibilitando a prestação de um cuidado com qualidade e baseado em evidências.


A educação em serviço possui potencial para gerar transformações individuais e institucionais, qualificando os profissionais, desenvolvendo lideranças, diminuindo custos, melhorando estratégias e a eficiência operacional. Para que tais resultados se concretizem, é essencial o apoio da gestão para implementar e consolidar ações educativas na cultura organizacional. Em paralelo, embora sua importância seja reconhecida pelos profissionais e gestores, estratégias de avaliação do impacto dessas ações nos resultados organizacionais são necessárias.


A avaliação de desempenho dos colaboradores deve levar em consideração o envolvimento e a participação nas ações de educação em serviço. A partir de então, é planejado, de forma personalizada, o desenvolvimento de competências, uma vez que a instituição assegura a educação como um componente imprescindível à obtenção de bons resultados assistenciais e organizacionais nos serviços de saúde.


Além disso, deve-se avaliar também os indicadores específicos, como, por exemplo, o percentual de profissionais treinados, as horas de treinamento e a adesão dos colaboradores. A própria Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) disponibiliza um Sistema de Indicadores Hospitalares (SINHA) onde estão disponíveis para consulta os dados relacionados à educação em serviço dos hospitais associados. Tais dados fornecem informações relevantes para sustentar as tomadas de decisões, auxiliando os gestores no planejamento estratégico organizacional.


A taxa de adesão às capacitações indica o número de colaboradores treinados comparado ao número total planejado. Esse dado ajuda a entender a relevância atribuída, pelos colaboradores, aos temas abordados. A participação nas ações educativas possibilita ao profissional estar alinhado com os protocolos institucionais, atuando com maior segurança e, assim, transmitir confiança ao paciente e acompanhante em relação ao cuidado prestado.


Outro indicador que pode ser mensurado em relação às ações educativas é a eficácia das capacitações, verificada por meio de pré e pós-testes (imediato, três e seis meses após), de testes observacionais e da avaliação de indicadores assistenciais para analisar alterações positivas após a capacitação dos colaboradores.
As competências desenvolvidas ou aprimoradas por meio das ações de educação em serviço podem contribuir para maior engajamento das equipes, satisfação e motivação dos colaboradores, possibilitando melhores resultados assistenciais e organizacionais, com consequente redução de turnover.


Além disso, ações de educação em serviço podem ser consideradas como uma das estratégias para desenvolvimento sustentável. É importante mencionar que a educação em serviço transcende muros institucionais, impactando os relacionamentos interprofissionais e, principalmente, as relações de cuidado, contribuindo para melhores resultados em saúde. Atuar junto à área de educação em instituições de saúde traz a possibilidade de impactar positivamente todos os envolvidos nessas relações!



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