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Como a IA pode auxiliar enfermeiros nas práticas de cuidados aos pacientes

Por Tamires Barreiro da Costa
Enfermeira intensivista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Mestranda do PPGEnf | UFCSPA.

A inteligência artificial (IA), termo até recentemente pouco falado fora dos círculos de ciência da computação ou filmes de ficção científica, conquistou grande atenção da mídia após importantes avanços, como a criação e disseminação do ChatGPT. Esse fenômeno traz luz a uma gama de possibilidades do que se pode alcançar com o uso desse tipo de tecnologia em todas as áreas, incluindo a da saúde e, mais especificamente, a Enfermagem.

A inteligência artificial (IA), termo até recentemente pouco falado fora dos círculos de ciência da computação ou filmes de ficção científica, conquistou grande atenção da mídia após importantes avanços, como a criação e disseminação do ChatGPT. Esse fenômeno traz luz a uma gama de possibilidades do que se pode alcançar com o uso desse tipo de tecnologia em todas as áreas, incluindo a da saúde e, mais especificamente, a Enfermagem.

A IA é uma área da ciência da computação que possui subcampos (exemplos são Aprendizado de Máquina, Processamento de Linguagem Natural e Visão Computacional), todos com o objetivo de aprimorar ou ampliar algum aspecto da inteligência humana, não substituí-la. O advento da IA na área da saúde é um marco importante e inovador, pois é o momento de reformulação de conceitos e da forma como diagnóstico, tratamento e monitoramento de pacientes são vistos atualmente.

Enfermeiros estão posicionados de forma estratégica para inovar e, com isso, estão em posição de influenciar o uso da IA, participando do design, desenvolvimento, teste e avaliação de soluções, de modo a decidir como essa inteligência pode se tornar parte dos fluxos de trabalhos diários, auxiliando em suas atividades de assistência ao paciente. No entanto, para que esse processo se torne viável, é necessário que os enfermeiros, em todos os níveis de atenção, compreendam de maneira geral o conceito de IA, seus potenciais benefícios e suas consequências não intencionais.

Exemplos de onde a IA é capaz de auxiliar enfermeiros vão desde a dispensação de medicamentos até a realização de escalas de trabalho de acordo com o nível de complexidade e dependência dos pacientes, deixando-as mais justas e coesas. A IA também é capaz de realizar a previsão de admissões nas unidades analisando o perfil dos pacientes, acelerar o processo de registros por meio de reconhecimento de voz e, até mesmo, interpretar dados de saúde gerados pelos próprios pacientes com o uso de dispositivos inteligentes, apresentando aos enfermeiros os dados de maneira significativa e detectando tendências importantes ou anomalias.

Soluções inovadoras como a The Rothman Index, produzida pela Spacelabs Healthcare, e o robô Laura, desenvolvido no Brasil, são exemplos que utilizam IA para potencializar o trabalho dos enfermeiros e não para substituí-los. As soluções buscam realizar a análise preditiva do estado de saúde dos pacientes por meio do aprendizado de máquina, obtendo um conjunto de informações oriundas do prontuário, de exames e da condição do paciente, gerando alarmes aos enfermeiros e equipes. Soluções como essas são capazes de reduzir transferências às unidades de terapia intensiva e mortalidade por sepse, garantindo uma vigilância robusta dos pacientes e potencializando a resposta rápida dos profissionais. Com isso, pode-se identificar de maneira metódica os pacientes que demandam maior necessidade de cuidado.

Outro foco crescente na área da saúde é projetar de modo efetivo a “arquitetura de escolha” para estimular o comportamento do paciente de maneira mais antecipada, com base em evidências do mundo real. A partir das informações fornecidas pelos registros eletrônicos de saúde, biossensores, smartwatches, smartphones, interfaces de conversação e outros instrumentos, softwares podem adaptar as recomendações comparando os dados do paciente com outros caminhos de tratamento eficazes para coortes semelhantes.

As recomendações podem ser fornecidas a provedores, pacientes, enfermeiros, agentes de call center ou coordenadores de atendimento. Também, robôs sociais vêm ganhando espaço para trabalhar junto aos profissionais de saúde. São robôs capazes de simular uma atitude humana e com isso ajudar pessoas por meio de interações como, por exemplo, a comunicação com pacientes em isolamento em hospitais, robôs terapêuticos para crianças autistas, ou, ainda, no caso de idosos solitários, melhorando a qualidade de vida desses pacientes.

A IA faz parte do futuro da área da saúde, e um grande potencial de soluções inovadoras pode ser criado quando em harmonia com a Enfermagem. Enfermeiros equipados desse conhecimento serão capazes de aprimorar o cuidado, proporcionando uma melhor experiência para o paciente e uma melhora na qualidade de trabalho dos profissionais.

Fontes:
https://ojin.nursingworld.org/

https://www.rcpjournals.org/content/futurehosp/6/2/94

https://journals.lww.com

https://www.laura-br.com/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6371290/

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